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27.2.02


Discussão antiga, o que é melhor: Mozart ou Beethoven. Isolando-me apenas naquele argumento de que os trabalhos de Mozart eram muito repetitivos e limitados quando comparados á liberdade estrutural de Beethoven.
Os defensores de Mozart vincam que na época de Mozart aquelas formas estavam instituídas e eram para ser respeitadas, e que Beethoven, ao ser o primeiro músico a assumir o rídiculo daquelas formas tem um trabalho diferente, inserido noutro contexto. Então, para comparar a música de Mozart e de Beethoven tem que se respeitar e considerar o contexto de cada um deles e este argumento é invalidado. Incorrecto? A música, é intemporal e assim não depende de contextos passados, todas as tentativas de dividir a história da música em contextos está destinada ao fracasso, ou pelo menos a ser pouco interessante (anos 60, anos 70, romantismo, bah). Como se pode conferir então o que é melhor, Beethoven ou Mozart? Analisando-os no único contexto que interessa, que é o contexto presente. E no contexto presente provavelmente Beethoven será melhor que Mozart porque Beethoven já adiciona elementos e conhecimentos da música de Mozart enquanto que o contrário não se verifica (supondo que mais de algo bom é melhor, e tomando o exemplo de dois génios musicais com talento inestimável - bastante limitado e absurdo portanto).
No entanto, tratando-se de arte e dada a fraqueza da restrição imposta entre parenteses, Mozart pode muito bem ser preferido a Beethoven, mas claro que estas pessoas estarão todas erradas. ehehe. não? mail por favor.

26.2.02


Em princípio, eu devia estar a viver momentos inesquecíveis.

25.2.02


saber que o disco dos cLOUDDEAD é uma compilação de vinis de 10 polegadas explica alguma coisa e deu-me vontade de o ouvir outra vez.

24.2.02


sim, no final do jogo nas Antas ouvia-se a There is a Light That Never Goes Out. podia ser irónico.

23.2.02


chances are we are mad

21.2.02




20.2.02


Cláudio Leão ouviu a bombordo o toque de trombeta do despertador e acordou, para prestar-lhe mais atenção. Feito isto, voltou maquinalmente a adormecer e cinco minutos mais tarde abriu os olhos sem querer. Olhou para o mostrador fosforescente do despertador, verificou que eram horas e deitou o cobertor para trás, o qual, afectuosamente, lhe subiu novamente pelas pernas e se enroscou à volta dele. Estava escuro, não se distinguia ainda o triângulo luminoso da janela. Cláudio acariciou o cobertor, que parou de agitar-se e consentiu em deixá-lo pôr-se de pé. Sentou-se, portanto, na beira da cama, estendeu o braço esquerdo para acender o candeeiro de cabeceira, reparou mais uma vez que estava à direita, estendeu o braço direito e, como todas as manhãs, bateu na trave da cama.


Louise: Were you bored in Manchester?

Johnny: Was I bored? No I wasn't fuckin' bored. I'm never bored. That's the trouble with everybody - you're all so bored. You've 'ad nature explained to you and you're bored with it. You've 'ad the living body explained to you and you're bored with it. You've 'ad the universe explained to you and you're bored with it. So now you just want cheap thrills and like plenty of 'em and it dun't matter 'ow tawdry or vacuous they are as long as it's new, as long as it's new, as long as it flashes and fuckin' beeps in forty fuckin' different colours. Well whatever else you can say about me, I'm not fuckin' bored.

Louise: Yeah, all right.

Johnny: So, 'ow's it goin' for you?

Louise: It's a bit borin' actually.



19.2.02


Já acabaram as férias e não houve Valquírias devido ao sono. Mais tarde houve Carmina Burana mas nem foi muito bom nem tirou a vontade de ópera (incutida dias antes por um adepto da música de Wagner). Entretanto a distração, indisponibilidade ou indisposição, á vez, dizimaram os posts deste blog.
Tenho ouvido coisas novas e breve ironia, já não me lembro qual o nome do disco que mais gostei, um dos concertos para violino de Brahms, já entreguei o disco e não o gravei. Isto ilustra a atenção que tenho tido. Ouvi o "Quarteto para o fim do mundo" de Oliver Messien algumas vezes e isso foi bom. Gostei das primeiras canções de cLOUDDEAD por serem baças, com vocalizações pouco agressivas, confortavelmente envoltas em produção mas pensei que a razão porque o disco acabou por não tocar muito mais foi precisamente essa dispersão e displicência. Teria gostado tanto do disco dos Microphones se o tivesse ouvido pela primeira vez estes dias? Esta pergunta provavelmente também me incomodou já que ouvi o disco dos Microphones outra vez, mas com as canções suficientemente enraizadas para eu saber muito bem o que me esperava, confirmando assim a sua excelência. Tosco, mas excelente. O que também é possível, pelos vistos. E algumas canções do Argument dos Fugazi lembram-me bastante Sonic Youth, o que não pode ser uma repetição de discos anteriores, mas pode muito bem ser um passo terminante para o pretenciosismo, mas esta audição do disco dos Fugazi está bastante incompleta pela falta de disposição necessária.
Exposições vs Documentários, a liberdade que se dá aos espectadores compensa a liberdade que se dá aos criadores? Há mesmo esta oposição? A instalação "Close" de Atom Egoyan e Júlião Sarmento é de facto tão incómoda como impressionante, mas eu precisava mesmo daquilo? Provavelmente nem precisava desta pergunta, e francamente, duvido que volte a pensar nisso.
Fantasporto foi fraco, não que esperasse muito, como se pode mostrar pela escolha conveniente de um filme qualquer. Kat. "Uma homenagem ao cinema de Terror".

put it in the blender

E foi divertido ler as notas referentes a cada filme no cartaz.

8.2.02


férias: 4 horas de carro a ouvir As Valquírias de Wagner, se não adormecer ou me aborrecer.

7.2.02


Ainda acerca do assunto anterior, a repetição não adiciona nada de especial á canção além de tempo. Daí não se retirar nada de hipnótico ou evocativo dessa repetição.

6.2.02


Sparklehorse - Cow

A primeira impressão dum aficcionado de música pop é que uma canção longa tem quer ser suficientemente interessante e complexa para justificar a sua duração. Isto soará bem ou não, e o «interessante» poderá incorporar todas as características que quisermos imputar ao gosto musical (ou falta dele) de alguém. Mas, ás vezes adoro quando uma canção se arrasta indefenidamente sobre os mesmo acordes e riffs, nem é necessário uma jam interessantíssima, apenas a mesma linha simples repetida até me parecer que está a tocar desde sempre (o que nem dura muito tempo, se é uma coisa simples). E depois uma descompressão que não é mais que a mesma música tocada antes mas ligeiramente mais devagar e cada vez com menos instrumentos. Não tem que ser hipnótico como uma canção dos Can e já muitas vezes pensei que esta ou aquela canção bem se poderiam prolongar para meu agrado (aquela é, por exemplo, a Out on The Weekend de Neil Young, a primeira do Harvest). De qualquer forma, estes sete minutos dos Sparklehorse estão bem, e ilustram perfeitamente isto.


3.2.02


Microphones - The Glow, pt2

Vocês iam gostar desta. A única coisa que posso fazer é compará-la ás canções de Jeff Mangum nos Neutral Milk Hotel, ainda que aqui menos fantasista. Há semelhanças no uso da voz mas o que sobressai é a crueza da canção, canta-se a descoberta de ainda estar vivo e respectiva desilusão, de forma líndissima, arrepiante.


Estudo para o último exame em muito tempo:

Pretenders - Pretenders
Bjork - Selmasongs
Goran Bregovic - Underground ost
Mão Morta - Primavera de Destroços

Nos intervalos:

Microphones - The Glow, pt 2

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