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25.6.02


Obrigado, Jason.


(em testes...)

Boa semana. Muitos discos novos a alegrarem a minha vida. É de notar certas ausências, ouvi algumas vezes o disco novo dos Sonic Youth e foi significativo. Não há Romeo e Julieta de Prokofiev (bailado) porque entreguei o disco sem apontar “aqueles” andamentos, mas fica aqui a nota que tem coisas fantásticas que facilmentre entrariam nas faixas que se seguem (não ordenadas):

Quasi – All The Same (in Field Studies)

Quase os melhores de sempre do indie rock. Aqui um híbrido entre os Stereolab e Elliott Smith com letra muito boa. A letra é um clássico do mal-estar, cantada em tom cínico e a canção empolgante e preenchida com arranjos inesperados, desde a entrada das cordas, ao solo de orgão no intervalo, para respirar, e o regresso e final triunfantes:

You worship the future like it’s some kinda of saint,
But it’s just like the past, with a new coat of paint.
You try to save a world that doesn’t want to be saved
& you scold it like a child when you think it’s misbehaved.
You can say what you want, or say what you see,
Or you could say nothing – it’s all the same to me.


Múm – Green Grass Of Tunnel (in Finally we are no one)

A coisa mais doce desde aqueles gelados de gelo finos e compridos, envoltos em plástico, que comprava quando era mais novo. Ou aqueles ursinhos de goma de má qualidade com açúcar - por vezes duros! - comprados no supermercado e também envoltos em saquinhos de plástico. Já se percebe. A meninice que os Múm exploram nesta faixa não existe.
Ainda assim, canção perfeita.

Múm – The Land Between Solar Systems (in Finally We Are No One)

Outra canção dos Múm, esta um assunto mais complexo talvez. São basicamente dez minutos de batidas distantes e complementos etéreos, vocais e outros, repetidos e repetidos. Quando se ouve é muito mais, muito que eu não saberia explicar. Fecha este estranho disco (seria outro assunto) de forma fabulosa ... pode-se ouvir “sing me to sleep”, e temos o cliché a justificar-se a si próprio. Boas ideias, bem exploradas. Será interessante descobrir para onde vão estas canções quando cansarem.

The Notwist – One Step Inside (in Neon Golden)

Abre de forma memorável o que me parece para já ser um bom disco, que eu esperava excelente e que por isso me desiludiu. Já foi a banda que editou o disco que eu mais queria comprar e não encontrava (o Shrink, na altura a par do Imperial f.f.r dos Unrest, eventualmente encontrei, eventualmente foi alvo de furto). Misturam indie rock com electrónica e pós-rock (por vezes em faixas diferentes! Que tal para um projecto original de cross-over?) e fazem-no, regra geral, muito bem. A letra é engraçada, uma introdução ao mundo deles, dos Notwist. Eu admito que não compreendo, que eles não me pertencem yadayadayada, mas agradeço-os por isso.

Explosions in the Sky – Glittering Blackness (in How Strange, Innocence)

Sim, as pessoas têm razão: é genérico, igual a muitas outras coisas, dispensável e pouco importante. Mas então o que é suposto eu ouvir? Podem dizer, eu sou influenciável! A música na sua parte mais prática e talvez menos sublime, mas ainda assim plena de mérito. Não é excepcional, mas muito agradável... agrada-me pensar que para quem fez é de facto excepcional, indispensável, muito importante e único e que a falha é minha. Tenho quase a certeza disto.

Charlie Haden & Gismonti – Maracatú (in Live in Montreal)

Ouvi esta faixa uma vez na minha vida, esta semana. Uma daquelas situações “ouve isto”, mas sem a pressão do momento (de ter a pessoa a olhar para nós à espera da verdade universal instantãnea que é a opinião que ela tem sobre o disco ou o artista). A estudar, ouvi o disco. Esta ficou claramente na memória porque corresponde ao deslumbramento. Na primeira faixa, Gismonti toca a sua guitarra. Complexa e confusa, especialmente para uma mente mais concentrada duas horas antes de exame. Na segunda faixa, e em muitas que a seguiram, Gismonti troca a guitarra clássica pelo piano, e juntamente com Charlie Haden faz magia. Suavemente e minimalista, perto do jazz e da música contemporânea, sem grandes conflitos, sempre muito confortável e agradável. Desconfio claro das minhas recordações, a confirmar.

The Pogues – Fairytale Of New York (in If I Should Fall From Grace With God)

Tocante. O amor bêbado na sua forma mais gloriosa, e cantado num pub quando as pessoas começam a ir embora e a cerveja já cheira a mijo. Isto nos primeiros momentos da canção... depois contam-nos o conto de fadas, alegremente e em forma de dueto. Cantam a resignação, a última esperança e o amor de forma muito bonita e simples. Mas, é claro que o Shane MacGowan não é homem suficiente para a Kirsty McColl.

Grandaddy – Kim You Bore Me To Death (in Concrete Dunes)

Muito antes de aparecerem computadores e robots capazes de tomarem conta das nossas vidas (e da música dos Grandaddy), já estes faziam música. Muito antes de Lyttle se aperceber das vantagens de explorar a sua voz mariquinhas também ele imitava o Kurt Cobain na garagem. Faixa improvável dos (actuais) Grandaddy, inserida na recente compilação de B-sides e raridades. Hard hittin’ indie rock, dude.


21.6.02


anteontem, antes de adormecer ouvi as primeiras canções do finally we are no one dos múm. eu não costumo ter pesadelos, muito menos daqueles que nos fazem acordar 15 minutos depois de ter olhado pela última vez para o relógio (pouco depois de ter desligado a música claro). Acordei satisfeito (daquela forma que só se consegue estar depois de acordar dum pesadelo, o pior satisfeito de todos) e fiquei também surpreendido por ser tão cedo.
uma pessoa morria estupidamente, e eu culpo os múm e as crianças deles.


Irrita essa história que circula por aí (e já vi mais que uma ou duas vezes, para me irritar tanto) que o Oliveira tirou o Pauleta com Portugal a perder. Estava 0-0 porra.

17.6.02


Elbow – Scattered Black and Whites

Odeio aquela ideia, e muitas vezes fonte inesgotável de críticos musicais para mostrar o seu desagrado por música, que algo bom tem que ser original. Assim, algo que não seja original, será obrigatoriamente mau. Poderemos estender este conceito de originalidade a algo bom, ou seja, ser bom é original, ser mau é banal, mas isto parece levar o conceito de originalidade longe demais. De qualquer forma, grande parte da música mais original de hoje em dia é péssima, e é bom lembrar isto.
A maturidade quase sempre foi amiga das artes, não é verdade? E a pós-maturidade? Pode-se pensar, e eu penso assim, que o slow rock ultra produzido (ou a ideia, se preferirem não falar de etiquetas musicais) atingiu o seu expoente máximo em 1997 com o OK Computer dos Radiohead, já lá vão 5 anos. A seguir veio a fase da maturidade, após o sucesso de vendas de alguns dos artistas - ainda que discutivelmente - inovadores, o lançamento de ínumeras bandas reclamando o seu espaço. Eu sei que musicalmente falando tudo isto é incorrecto, os Elbow já tinham canções escritas com cerca de 7 anos antes do lançamento do seu disco (2001) e as suas referências mais visíveis nem são os Radiohead (mais os Talk Talk e os The Cure), mas para quem ouve música tanto faz quando é feita, o que interessa é quando a ouve.
Inovação, expoente e maturidade, e pós-maturidade. E é na altura da pós-maturidade que se cometem os erros mais grosseiros e se criam os hypes mais improváveis. Dum lado os cépticos saudosos do outro os inesgotáveis salteadores da next big thing.
Terá sido num contexto mais ao menos parecido a este que apareceu esta banda e o seu primeiro disco “Asleep In The Back”.
A música não é original e a voz não é fabulosa. As letras são simples, simples demais até para o que se costuma ter nestas andanças, mas são entregues de forma doce e esforçada. Os arranjos são fantásticos e o som envolvente. Nada de muito novo, o disco proporciona um ambiente reconfortante e familiar, que apesar da longa duração das canções proporciona uma audição bastante fácil e agradável. E quando tudo é bem conjugado, isto é, nos melhores momentos, ficamos com excelentes canções como na referida no título, facílmente apaixonantes e de consumo exagerado.
Esta faixa fecha o disco e é uma balada estendida ao longo de 5 minutos e o momento mais doce do disco. Tem sido a canção escolhida para ouvir antes de adormecer em muitos dos dias que se passaram.


7.6.02


a canção que eu mais quero ouvir na minha vida:

deep blue something - parkbench

... eu sei, eu sei.


2.6.02


it was unintentional, when i spitted your beer
i am over influenced, by movies

1.6.02


Richard Strauss - Of the Backworldsmen + Of the Great Longing
in Also sprach Zarathustra, op. 30



Começou o Mundial. Vi o França - Senegal e o Dinamarca - Uruguai.

O primeiro jogo foi fraco, mas esperava-se que assim fosse. A equipa francesa jogou melhor e não merecia perder, mas gostei do resultado. Quanto ao jogo, muito menos. O Senegal revelou enorme inoperância ofensiva, é de rir quando caracterizaram aquela equipa como excelente a conduzir contra-ataques, especialmente através do seu ponta de lança Diouf. Será bom recordar que este jogador estava constantemente fora-de-jogo, e quando não estava e recebia a bola prendia-a demais não soltando para os seus companheiros, não mostrou assim tanto quanto isso. Esteve bem no lance do golo claro, e isso conta muito, mas em termos de bons jogadores eu realçava mais o grandeTony Syvla (guarda-redes) ou o médio descaído à esquerda, Fadiga (toda a jogada do remate à trave é fabulosa, um contra-ataque bem elaborado). Toda a defesa esteve também muito bem.
Quanto aos franceses não convém repetir o que já foi dito, aqui, também concordava com a entrada de Micoud em jogo.
Só mais uma coisa, Alex, quando disse que Lemerre devia ter tirado o Thuram enganei-me no seu substituto, eu queria o Candela em jogo. Assim, saía Petit e Thuram - entravam Micoud e Candela, isto nos últimos 20 minutos. A França continua uma forte candidata e este jogo foi muito característico para tirar conclusões quantoà ordenação final dste grupo.

O Dinamarca - Uruguai foi diferente. E para melhor, não foi excepcionalmente bem jogado mas muito disputado e com golos fantásticos. A Dinamarca tem uma linha atacante muito inteligente e certinha no passe e nas desmarcações [belos contra-ataques!]. Também a defesa parece bastante segura. Tomasson (novo jogador do Milão) foi decisivo ao apontar dois golos, mas estes golos são resultado de brilhantes jogadas de ataque. É de realçar a entrada de Jorgensen na segunda parte, decisivo no 2º golo da Dinamarca e nalgumas jogadas de muito perigo. Quanto ao Uruguai, quebrou a meio da 2ª parte - lesão de Recoba, será grave? - após um primeiro tempo muito disputado em que não mereciam estar a perder (apesar da Dinamarca parecer sempre mais forte) e uma excelente recuperação logo no ínicio do segundo tempo (no melhor golo até agora do mundial, remate fora da área ao canto superior esquerdo, ainda não vi os golos do Irlanda - Camarões). Acabaram por perder bem, num jogo em que Dário Silva esteve apagado.

Está a dar o Alemanha - Arabia Saudita na RAI Uno (codificado) e o meu irmão está a ver, mas cansa ver três vezes mais jogadores em campo, admito no entanto recorrer a esta alternativa em último caso.


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